A grama verde abana distância.
Afastada tendo saído para fotografar a casa a que tenho que abandonar até às 10 horas de amanhã, descobri uma Cidade dos Segredos. Como aquela, da pequena Marina, como aquela.
Tomei um dos segredos em mãos, sem arrancá-lo do solo coberto de sol. Poderia fazer um pedido, um apenas.
Neste momento, o júri reunido no Instituto decide uma estrada na vida de 15 pessoas. Neste momento, neste em que tenho um branco segredo em mãos.
O quê quero pedir? O quê jogar ao vento? Qual o meu querer mais sincero, e por quê?
Pensei longo tempo enquanto a moça ao lado esticava-se ao sol. Qual é? Qual é?
Pesos e medidas calculados em segundos, um não saber sincero. Se o que mais quero é estar em povoados, trocando em vilarejos, que faço eu aqui? Tem, realmente, sentido?
Levei longo tempo com esta pergunta em mãos. E disse tem, para mim tem sentido. É um período, uma passagem para lá. Para que o ir até estes “locais distantes” seja leve e doce, podendo trocar ainda mais com os habitantes de interiores.
Apertei o caule verde, cheguei perto da planta. O quê quero? Quero ficar, para ir. Quero ficar, então.
De olhos fechados desejei profundo, respirei fundo. Quero, e quero muito.
Abaixada, descalça a acariciar os pés com a grama, soprei. Fiz meu pedido jogando-o ao vento. Queria, profundamente.
Mas no vento está a percorrer os mistérios do mundo. Se será atendido, se não, como será o percurso e o caminho insano de minha vida, não está mais preso em meus dedos. Sei seguir sonhos, e só. O restante dou ao tempo, e é ele quem me ensina. Assim, leve. Assim, calmo e belo, e confuso por vezes a silenciar as mentes. Sei, só, seguir sonhos.
Foi-se o segredo, discreto no céu azul. Abanou-me de longe, percorrendo caminhos desconhecidos. Foi-se meu segredo voar.
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