De início, pensei que não fora a melhor das ideias viajar de ônibus na Europa, em um trajeto de mais de 15 horas. Principalmente quando não há lanche, e o rapaz responsável por colocar as malas embaixo é lento e acaba passando todo mundo antes de você, e, sem poltronas marcadas, não se pode mais sentar nas janelas, mesmo sendo uma das primeiras a chegar. Enfim. Mas isso não fez com que o tal “momento de meditação” não existisse, e eu pensasse sobre tudo isso, e minha vida, distanciando-a.
Na minha direita crianças falavam uma língua que não sei dizer o que é, ora inglês, ora alemão, ora algo estranho e novo para meus ouvidos. Na janela as paisagens iam se modificando, e havia neves no topo dos morros – beleza pura para meus olhos que nunca havia visto tal branco cobrindo os montes, como cobertura de bolo de baunilha.
Fomos parados duas vezes por policiais, que pediam passaportes ou identidades. Todos eram vistos lentamente, às vezes mais de uma vez. Nas duas vezes um mesmo rapaz fora tirado do ônibus – viajava sem bagagem, era italiano, parecia que vinha da casa de um amigo e não tinha documentos. Levavam ele, conversavam, acho que ligavam para algum lugar e, no final, ele voltava. E na segunda revista, todos para fora para tirarmos as bagagens de baixo! Descemos no frio, no meio da madrugada, cada um tirou sua ou suas mala(s) e depois, tendo o policial visto o interior do ônibus, tudo bem, volta tudo, sigam em frente.
Cheguei meio torta, e veio a Vili faceira me receber. Fomos para casa dela conversando sem parar, e um homem no metrô sentado em frente se encantou: pediu à Vili que desse aulas a ele de português, chamou ela de “amori mio” e tudo, anote meu telefone, anote! Óia!
Um novo olhar sobre outra parte da Europa começa aqui.
Tenho certeza que, após colocar a tristeza em seu esconderijo secreto, terás uma viagem fantástica.
ResponderExcluirSei que teus olhos captarão as minúcias, os mais
singelos e profundos encantos de cada lugar...
Com saudade,Ruth.