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quarta-feira, 13 de abril de 2011

ESNAM

Charleville-Mézières, 11 de abril de 2011

O domingo foi um dia de não fazer nada, apenas chimarrão com rio e sol leve. Não pude apresentar o Mundo Miúdo porque os meus carregadores de pilhas têm entrada diferente da daqui, e em todas as lojas que fui disseram que não há adaptadores para este tipo de tomada. Palitolina, pretendo apresentar semana que vem, mas só como saída, porque as malas e espetáculo não vieram.


Hoje vim para a ESNAM (École Nationale Supérieure des Arts de la Marionnette), começo a me hospedar aqui. No Instituto, onde estão ocorrendo as provas, nada de especial. Garotas francesas por todo o lado e nenhum homem. Digo – um, mas como acompanhante.

Ao chegar, uma mulher estava na portaria, junto à secretária – falou português comigo. Ficou três meses no Brasil, amou, “se eu pudesse eu morava lá, com certeza!”.

Na sala do café as moças conversavam em bom francês. Contavam sobre as provas, de onde vinham, algumas se reencontravam. Eu sentei-me próximo, bonjour, uma garota ruiva me sorriu... É alemã. Simpática, fez-me sentir mais próxima com seu sorriso.

Depois saíram, ela e mais uma francesa loira, quer ir com a gente? Le marche? Sei que marche é andar, então não tendo nada para fazer, fui.

Caminhamos pela cidade, e fiquei feliz de entender a maior parte das conversas, e de me entenderem, quando eu falava. Com exceção de um momento que falei “eu paguei na cidade na sexta-feira”, que me olharam e vi que a palavra não era aquela, no mais consegui me comunicar bem. Dez minutos depois lembrei da palavra certa, “eu cheguei”, e rimos juntas de minha lembrança tardia.

Levei minha mala para a casa onde irei ficar, uma espécie de residência para professores e pesquisadores da ESNAM, com quartos para 2 pessoas, frigobar, microondas, banheiro em cada quarto. Bom lugar, embora não respire arte como a casa de Mickael. Não sei ainda quem ficará comigo no quarto.

Aqui no Instituto, tudo o que quero é me sentir atraída, ver grandes coisas, grandes trabalhos. Mas confesso que ainda não os vi, e tenho medo que minha ilusão tenha sido maior que esta realidade que aqui se apresenta, do outro lado do oceano.

A biblioteca fechou a pouco, e venho amanhã para ver. Amanhã também realizo minha primeira audição: entrevista, apresentação de cenas (atriz e bonecos), análise, improvisação. Vamos ver o quê dá.


(Uma saída de palhaça com miniatura no domingo nas ruas de Charleville? É, uma boa ideia!)

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