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sábado, 9 de abril de 2011

em algum lugar no céu do oceano, 07/08 de abril de 2011

Entrei no avião. Nas poltronas da frente da aeronave, uma primeira classe repleta de encantos: espaçosos bancos, telas grandes LCDs, lanternas individuais, jornais e revistas de todo o tipo para cada poltrona.

O meu banco era na segunda fileira. De trás para frente, claro. Passando a segunda classe, era a “econômica” a que eu estava. Mas não fazia mal. Fiquei ao lado de uma moça – que ficou na janela – que falava algo entre espanhol e francês. Tentei comunicação, mas não conseguimos. Tampouco fazia mal também, a mímica e sorrisos ajudavam na compreensão.

Logo o Air France saiu pelos ares. Eram 42 fileiras, cada uma com 7 poltronas, e um serviço de bordo impecável! Além disso, foi subir que a pequenina tela LCD individual ofereceu-me opções: jogos, acompanhamento de vôo (quando saímos, a quantas milhas estamos), cinema, música.. Um kit composto de fones de ouvido, tampões e aquele pano que cobre os olhos, como é mesmo o nome? Quando não queremos ver o que ilumina. Travesseirinho, um cobertor. Em cinema, filmes dublados em até 7 línguas! Nem acreditei, e quando me dei por conta estava assistindo Cisne Negro, ai, ai, parece meu o cisne só branco, parece eu..

Em seguida trouxeram um cardápio. Salada de cenoura com maçã, uvas-passas e peru defumado, queijo, doces, torta de maçã. Isso é o que sempre vem. Para escolher como prato principal, “Fricassê de frango com tomate e azeitonas, abobrinha e arroz com legumes” ou “Massa farfalle, salmão defumado e molho de estragão ao limão”. Patês, s’il vous plaît! Meus olhos arregalados denunciavam meu susto, e eu olhava para os lados buscando outros olhos surpresos. Todos eles faziam-se normais. E para beber? De início um suco de maçã, depois deixei de besteiras e pedi um vinho tinto, no cardápio também estava. Veio em garrafinha individual, meus deuses, que mundo é esse?

O dormir veio depois, fecharam as janelas, aos poucos as luzes azuis das telas eram apagadas. Eu olhava um show, e dali dormi em suposto berço esplêndido.

Não fossem as pernas compridas que não se acomodavam pela grandeza, a noite com a Air France foi perfeita, em uma perfeição que chega a me doer o pensamento! Para quem é isso, a quem é isso?

Na manhã, um café igualmente repleto. E após 10 horas de vôo, chegamos em Paris como quem chega a uma bodega da esquina.

2 comentários:

  1. O texto me deu fome... vou na cozinha e já volto ler o resto!

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  2. E após 10 horas de vôo, chegamos em Paris como quem chega a uma bodega da esquina...adorei ler teu comentário do vôo.Uma beleza.E esta última frase é ALGO!! beijos
    Angela

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