Um “maestro” grego

Atenas / Grécia, 16 de maio de 2011

Fomos ver um mestre. O “maestro” das gregas (professor/mestre, nada a ver com maestro de concerto). Falaram elas com ele, e lá fomos, Fragitsa e eu, a vê-lo.

A ida saía mais barata de taxi – mais barato que metrô, e a pé chegaríamos tarde. A taxista pediu que Fragitsa procurasse o endereço no mapa, um guia telefônico. Não tinha certeza do ir, do caminho. E achando, fomos.

Pensei que encontraria um senhor por detrás de extensa barba branca. Ele quem guiara as meninas para a confecção da boneca do espetáculo que eu havia assistido na Argentina: Flox. Mas quando entramos no ateliê era rock pesado que tocava na rádio, e ele um homem de cabelo negro levemente grisalho. Pai de dois filhos pequenos.

Havia no ateliê 7 projetos sendo executados – maquetes, pedaços, ideias. As ferramentas enfileiradas na parede coloriam de vermelho e amarelo o ambiente, enquanto conversávamos com a tradução de Fragitsa, sorridente a dizer lá e cá. Tomamos café – e o grego é dos melhores – e mostrou-nos o que andava fazendo, como, porque. Perguntou coisas, viu o Mundo Miúdo, expliquei-lhe a origem do Teatro Lambe-Lambe no Brasil, por Denise e Ismine. Chegaram mais 3 bonequeiros, e reunidos à mesa levantaram pautas, curiosidades sobre teatro de bonecos para um site de variedades: que os bonecos de início eram feitos somente para público adulto; que havia um ancião que fazia títeres enquanto Eurípedes escrevia suas tragédias gregas.

Assistiram todos o Mundo Miúdo, palmas ao final. E depois o “maestro” apresentou-nos também algo, um cena de marionetes encantadora, com um homem a tocar uma sanfona. E um gnomo, e personagens do clássico ‘Punch e Judy’ que até pouco tempo ele apresentava nas ruas.

Fomos embora de carona de lambretas, cabelos esticados embaraçando-se ao vento e caixinha ao lado.

É inspirador o trocar, é fascinante! E tenho cada vez mais vontade de criar.